quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Aposentadoria sem Contribuições é possível. Veja como!

BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL AO IDOSO E AO DEFICIENTE – LOAS

O benefício de assistência social será prestado, a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, conforme prevê o art. 203, V da Constituição Federal.

A regulamentação deste benefício se deu pela Lei 8.742/93, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), e do Decreto 1.744/95, os quais estabelecem os seguintes requisitos para concessão:

a) Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 (sessenta e cinco) anos para o idoso não-deficiente;

b) Renda familiar mensal (per capita) inferior a ¼ do salário mínimo;

c) Não estar vinculado a nenhum regime de previdência social;

d) Não receber benefício de espécie alguma, salvo o de assistência médica;

e) Comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família;

Para análise do direito ao Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC-LOAS), instituída pela Lei nº 8.742/93, serão consideradas como:

a) idoso: aquele com idade de 65 (sessenta e cinco) anos ou mais;

b) pessoa portadora de deficiência (PPD): é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho, ou seja, aquela que apresenta perdas ou reduções da sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, de caráter permanente, em razão de anomalias ou lesões irreversíveis de natureza hereditária, congênita ou adquirida, que geram incapacidade para viver independentemente ou para exercer atividades, dentro do padrão considerado normal ao ser humano, consoante estabelece a súmula 29 da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs;

c) incapacidade: fenômeno multidimensional que abrange limitação do desempenho de atividade e restrição da participação, com redução efetiva e acentuada da capacidade de inclusão social, em correspondência à interação entre a pessoa com deficiência e seu ambiente físico e social;

d) família: o conjunto de pessoas que vivam sob o mesmo teto, assim entendido o cônjuge, o companheiro ou a companheira, os pais, os filhos e irmãos não emancipados de qualquer condição, menores de 21 (vinte e um) anos ou inválidos, e os equiparados a filhos, caso do enteado e do menor tutelado (na forma do art. 16 da Lei nº 8.213/1991);

e) família incapacitada de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa: aquela cujo cálculo da renda per capita, que corresponde à soma da renda mensal bruta de todos os seus integrantes, dividida pelo número total de membros que compõem o grupo familiar, seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.

f) família para cálculo da renda per capita, conforme disposto no § 1º do art. 20 da Lei nº 8.742/1993: conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo teto, assim entendido, o requerente, o cônjuge, a companheira, o companheiro, o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, os pais, e o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;

Nota¹: O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante comprovação de dependência econômica e desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento e educação;

Nota²: O filho ou o irmão inválido do requerente que não esteja em gozo de benefício previdenciário ou do Benefício de Prestação Continuada, em razão de invalidez ou deficiência, deve passar por avaliação médico pericial para comprovação da invalidez.

g) renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19 do Decreto nº 6.214/2007, o qual transcrevemos na íntegra:

"O Benefício de Prestação Continuada será devido a mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos neste Regulamento."

Anteriormente a idade mínima para ter direito ao benefício era de 70 anos, mas com a edição de novas leis, a idade teve redução conforme quadro abaixo:

Período

Lei

Idade Mínima
1º de janeiro de 1996 a 31 de dezembro de 1997

Art. 38 da Lei nº 8.742/1993

70 anos

1º de janeiro de 1998 a 31 de dezembro de 2003

Lei nº 9.720/1998

67 anos

A partir de 1º de janeiro de 2004

Artigo 34 da Lei nº 10.741/2003

65 anos

Perícia Médica

A avaliação da deficiência e do grau de incapacidade será composta de avaliação médica e social. As avaliações serão realizadas, respectivamente, pela perícia médica e pelo serviço social do INSS, por meio de instrumentos desenvolvidos especificamente para este fim.

A avaliação médica da deficiência e do grau de incapacidade considerará as deficiências nas funções e nas estruturas do corpo, e a avaliação social considerará os fatores ambientais, sociais e pessoais, e ambas considerarão a limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social, segundo suas especificidades.

Menores de 16 Anos de Idade

Para fins de reconhecimento do direito ao Benefício de Prestação Continuada às crianças e adolescentes menores de 16 (dezesseis anos) de idade, deve ser avaliada a existência da deficiência e o seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição da participação social, compatível com a idade, sendo dispensável proceder à avaliação da incapacidade para o trabalho.

Carência

Não há carência para a concessão do benefício de assistência social uma vez que a própria legislação prevê que não há necessidade de contribuição, dentro dos requisitos pré-estabelecidos.

Renda Mensal

O valor mensal do benefício de assistência social, também denominado LOAS, é de 1 (um) salário mínimo federal por mês, na forma de benefício de prestação continuada.

Revisão do Benefício

O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.

Poderá haver a transformação do benefício entre espécies, sendo desnecessária a cessação de uma espécie para concessão da outra, se for verificado, por exemplo, que o beneficiário da espécie 87 (deficiente) preenche os requisitos exigidos para a espécie 88 (idoso).

Se durante o processo de revisão for apurada a concessão irregular de um Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC-LOAS) em virtude de omissão do requerente ao declarar o grupo e a renda familiar, e se verificar que atualmente o requerente preenche todas as condições estabelecidas pelo LOAS para concessão de outro benefício, deve-se cessar o benefício mais recente e conceder novo benefício.

Se for constatado que por erro administrativo foi concedido benefício assistencial a casal de idosos, antes do Estatuto do Idoso, sem observar os critérios estabelecidos no parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), o INSS deve cessar o benefício mais recente e, em seguida, conceder novo benefício.

Fonte: Guia Trabalhista On-line ::::: www.guiatrabalhista.com.br :::::

4 comentários:

  1. Para fins de reconhecimento do direito ao Benefício de Prestação Continuada às crianças e adolescentes menores de 16 (dezesseis anos) de idade, deve ser avaliada a existência da deficiência e o seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição da participação social, compatível com a idade, sendo dispensável proceder à avaliação da incapacidade para o trabalho.uma criança pq ja pode trabalhar ?????????? como nao avaliar a incapacidade para o trabalho !!!????que lei é esta ?

    ResponderExcluir
  2. Cara Cleonice, Obrigado por ler a matéria acima com senso crítico. É apartir de comentários como o seu que muitas vezes abrimos discussões de maiores portes. Apenas para esclarecer o tópico em comento: Estamos falando de crianças MENORES DE 16 ANOS e, nesses casos a avaliação da perícia previdenciária leva em consideração que tais pessoas ainda estão em idade escolar (apesar de, na prática, muitas delas já trabalharem) por isso não se aplica a avaliação da capacidade laborativa, apenas avalia-se o grau de deficiência (quando física) e o impacto causado quando da restrição social (quando a deficiência é mental). Afinal não se pode tratar criança como adulto. Assim é a lei brasileira.

    ResponderExcluir
  3. Gostaria de saber se um idoso com 65 anos , não pode ter esta aposentadoria por ter um companheiro.Pois minha mãe foi até o posto do INSS da cidade de Itapeva , e foi informada pela atendente de portaria , que não poderia pois ela tem um companheiro.Se ela mora só com o companheiro , porque não pode?

    ResponderExcluir
  4. Oi tudo bem,

    O caso de tua mãe é bem comum no Brasil, olha só o que diz a Lei:

    A regulamentação deste benefício se deu pela Lei 8.742/93, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), e do Decreto 1.744/95, os quais estabelecem os seguintes requisitos para concessão:

    a) Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 (sessenta e cinco) anos para o idoso não-deficiente;

    b) Renda familiar mensal (per capita - por pessoa) inferior a ¼ do salário mínimo; (hoje R$ 127,50)

    c) Não estar vinculado a nenhum regime de previdência social;

    d) Não receber benefício de espécie alguma, salvo o de assistência médica;

    e) Comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família; (aqui o INSS quer saber se a família pode sustentar o idoso, ou seja, vai querer saber a renda dos familiares)

    Enfim, a Lei existe, pode ser aplicada, mas no caso específico de sua mãe, para ela conseguir o benefício por intermédio desta lei, "provavelmente", ela terá que "mentir um pouquinho ao INSS". Ela deverá procurar um Posto de atendimento - fora de Itapeva, pois ela já é conhecida lá; vai dizer que mora sozinha (esquecer o companheiro); que não tem rendimentos suficientes para seu sustento e tentar o benefício, porém, o INSS ainda vai analisar a situação financeira dos familiares e aí o rendimento dos filhos pode atrapalhar, então se os filhos "morarem em outras cidades ou Estados" pode ser mais fácil a concessão do benefício.

    Boa sorte!

    ResponderExcluir